Através de um leilão, a empresa francesa Engie ganhou a concessão para operar e realizar a manutenção da infraestrutura de iluminação pública de Curitiba, por um período de 23 anos.
Com mais de 160 mil pontos de luz na cidade, a Engie terá ainda a responsabilidade de expandir a infraestrutura e instalar um sistema de telegestão em 28% das vias, conectado a um centro de controle operacional.
Parceria com a TIM
Para a implementação deste sistema, a Engie firmou parceria com a TIM, que oferecerá soluções de conectividade em 45 mil pontos de telegestão das luminárias inteligentes em toda a cidade.
O início do processo de implementação está previsto para este ano, após a modernização da rede e a realização de um mapeamento completo.
Embora seja um serviço público pago pelos contribuintes, o valor do contrato não foi divulgado. De acordo com o CEO da TIM Brasil, Alberto Griselli, e o diretor-presidente da Engie Soluções, Jacques-Olivier Klotz, a parceria entre as empresas começou em 2018 em projetos de eficiência energética e fornecimento de energia.
Agora, por sua vez, a parceria se expande com esse novo projeto em Curitiba. As empresas já têm negócios em Petrolina (PE), embora em um contrato menor.
O CEO da TIM Brasil, Alberto Griselli, afirma que a parceria com a Engie para o projeto de iluminação pública inteligente em Curitiba é uma maneira da operadora diversificar seus negócios em outras áreas, impulsionada pelo desenvolvimento das tecnologias 4G e 5G que permitem digitalizar diversos modelos de negócios em setores como agronegócio, portos, autopistas, montadoras e energia, e demandam novas parcerias.
Griselli destaca, ainda, que a digitalização possibilita maior eficiência e novas possibilidades de negócios.
A parceria entre TIM e Engie se restringe, por enquanto, às cidades de Petrolina e Curitiba. No entanto, o diretor-presidente da Engie Soluções, Jacques-Olivier Klotz, afirma que a empresa deve procurar novos parceiros a cada Parceria Público-Privada (PPP) que arrematar, embora nem todos precisem ser a TIM.
Limitação dos serviços
Olivier Klotz justifica a limitação dos serviços de telegestão em apenas uma parte do parque de iluminação pública como uma decisão do poder público.
Embora os serviços de iluminação pública com a iniciativa privada sejam notáveis no Brasil por trazer eficiência energética e redução de custos, a sustentabilidade financeira desses contratos ainda é questionável devido aos deságios gerados pela competição acirrada para assegurar participação de mercado, que podem variar entre 30% e 70%.
O leilão de Curitiba, por exemplo, teve um deságio de 71%, o maior da história.