Bolsonaro acha baixo salário de R$33 mil (mas gasta mais dinheiro público que 6 ex-presidentes )

Bolsonaro reclama de salário 33 mil – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez mais um discurso para apoiadores nos Estados Unidos e dessa vez disse que um salário de R$ 33 mil não compensa para assumir um cargo de chefe de Estado. Aqui no Guia do Ex-Negativado, veja o que ele disse e as críticas que recebeu.

Durante um culto na New Hope Curch, igreja que fica na cidade de Orlando, Bolsonaro desabafou sobre seu antigo cargo na presidência do país em comparação com o salário mensal recebido por ministros.

Bolsonaro reclama de salário R$ 33 mil; diz que é baixo

Em seu discurso, o ex-presidente Bolsonaro citou dificuldades de formar um ministério e criticou o valor do salário para o cargo que exercia. Para ele, receber R$ 33 mil por mês não compensa.

“Montar um ministério não é (dizer): ‘Eu quero você’. Primeiro, tem que ver se a pessoa está qualificada para isso; depois, se ela aceita. Porque ser ministro não é tão gratificante assim, não, quando se fala de salário. Alguém sabe quanto foi o meu salário bruto em dezembro do ano passado? R$ 33 mil. Dá aí US$ 6 mil. Compensa? Você não vai para lá (Presidência) para ser recompensado financeiramente. Mas, para ministro, o salário é igual”

Outro ponto tocado por Bolsonaro foi que, segundo ele, em alguns momentos nem lembrava que tinha esposa quando era presidente da República.

“Por vezes, você nem lembra que tem esposa. Você chega em casa, ela tá dormindo ou quando ela sai, eu que estou dormindo”.

Críticas pela fala do ex-presidente do Brasil

Ao reclamar de receber um dos maiores salários pagos no país, Jair Bolsonaro foi alvo de duras críticas dos seus opositores e até de analistas políticos.

Políticos como o deputado Kim Kataguiri (União-SP), o senador Humberto Costa (PT-PE) e os comentarista político Josias de Souza foram alguns dos que fizeram críticas à fala.

Quanto ganha, em média, um presidente da República?

O salário de um presidente do Brasil é de quase R$ 33 mil brutos por mês.

Com esse valor mensal, o presidente se coloca entre o 1% da população mais bem paga do país.

Por outro lado, dentre os países que formam o G-20, o cargo de chefe de Estado do Brasil está entre os cinco menos bem remunerados em questão de salário fixo.

Em contrapartida, o presidente da República possui em mãos um cartão corporativo para gastos ilimitados ao longo dos quatro anos de mandato, desde que sejam vinculados ao cargo.

Quanto Bolsonaro ganha após sair da presidência da República?

Depois de deixar o cargo de presidente, Jair Bolsonaro acumula duas aposentadorias. Uma é a de capitão reformado do Exército, no valor de R$ 12 mil por mês. E a segunda é por ter ocupado o cargo de deputado federal entre 1991 a 2018, tendo direito a R$ 30 mil por mês.

No total, Jair Bolsonaro atualmente recebe R$ 42 mil somente com duas aposentadorias.

Bolsonaro reclama salário, mas já gastou mais que outros ex-presidentes

Um levantamento feito pelo jornal O Globo no Portal da Transparência mostra que o governo federal já gastou R$ 432 mil em diárias para a equipe de assessores que acompanha o ex-presidente Jair Bolsonaro durante sua estadia nos Estados Unidos.

A verba destinada a custear gastos como hospedagem e alimentação dos servidores supera o montante que outros ex-presidentes costumam gastar por ano com esse tipo de despesa. O valor ainda é parcial, uma vez que o ex-mandatário permanece na Flórida, sem data para voltar.

Por lei, todos os ex-presidentes têm direito a manter oito assessores, com salários e demais despesas relativas ao trabalho custeadas pela Presidência da República.

No caso das diárias, o pagamento é feito todas as vezes em que o servidor precisa se deslocar da localidade onde está lotado, o que inclui viagens ao exterior.

Em 2021, os seis ex-presidentes, somados, gastaram R$ 502 mil com diárias, segundo dados divulgados pela Presidência. Nos dois primeiros meses fora do Palácio do Planalto, as diárias de seis assessores que acompanharam Bolsonaro na viagem aos Estados Unidos equivalem a 86% desse valor.

Os R$ 432 mil referentes às diárias de assessores de Bolsonaro, contudo, representam apenas uma parte dos gastos associados ao dia a dia do ex-presidente.

Em 2021, por exemplo, o desembolso total com os seis ex-ocupantes do Planalto até então foi de R$ 5,8 milhões. A maior parte desse valor, entretanto, está relacionada ao pagamento dos veículos e motoristas que prestam serviço aos ex-presidentes.

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