Isenção do Imposto de Renda: quem pode se beneficiar e quando as novas regras começam a valer

A Isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil foi aprovada pelo Congresso Nacional e deve alcançar milhões de brasileiros a partir de 2026. 

A proposta também prevê desconto automático para quem recebe um pouco acima desse valor e estabelece uma tributação para as rendas mais altas.

Quando a nova regra entra em vigor

O texto aprovado pela Câmara e pelo Senado agora depende da sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

Segundo a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, a assinatura deve ocorrer após a participação do presidente na COP30, no Pará.

A mudança começa a valer em 1º de janeiro de 2026, pois a legislação determina que alterações em tributos só podem ser aplicadas no ano seguinte à aprovação.

Quem é isento atualmente

Atualmente, quem ganha até R$ 2.428,80 por mês está oficialmente isento do Imposto de Renda.

Na prática, porém, trabalhadores e aposentados que recebem até R$ 3.036 (o equivalente a dois salários mínimos) também não pagam o tributo, graças a um desconto simplificado aplicado automaticamente pela Receita Federal. 

Esse mecanismo foi criado para cumprir a promessa de isenção até dois salários mínimos.

Como funciona o cálculo

O Imposto de Renda segue o modelo progressivo, em que as alíquotas aumentam conforme o valor do rendimento.

A tabela atual é a seguinte:

Faixa salarialAlíquota de IR
Até R$ 3.036Isento
De R$ 3.036 até R$ 3.353,317,5%
De R$ 3.353,31 até R$ 4.688,8515%
De R$ 4.688,85 até R$ 5.830,8522,5%
Acima de R$ 5.830,8527,5%

Com a nova regra, a Isenção do Imposto de Renda abrangerá quem ganha até R$ 5 mil mensais.

Para quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7.350, será aplicado um desconto automático que reduzirá o valor devido, evitando que essas pessoas tenham salário líquido menor do que o de quem é totalmente isento.

O que muda (e o que não muda)

A tabela-base do Imposto de Renda não será alterada

O que muda é a forma de cálculo para as rendas até R$ 7.350, por meio das novas deduções automáticas.

Quem ganha acima desse valor continuará seguindo as regras atuais, com as mesmas alíquotas progressivas.

O governo estima que cerca de 25 milhões de brasileiros serão beneficiados diretamente, entre os totalmente isentos e os que terão redução no valor pago.

Tributação para rendas mais altas

O projeto também cria uma cobrança mínima para rendimentos mais altos.

Pessoas com ganhos acima de R$ 50 mil por mês (ou R$ 600 mil por ano) passarão a pagar um imposto mínimo que pode chegar a 10%.

A alíquota será progressiva e atingirá o valor máximo para quem recebe mais de R$ 1,2 milhão por ano.

A estimativa oficial é que cerca de 141 mil contribuintes sejam alcançados por essa nova tributação.

Alguns rendimentos continuam isentos, como heranças, poupança, aposentadorias por doença grave e indenizações.

Lucros e dividendos referentes a resultados apurados até o fim de 2025 também não entram na nova cobrança.

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