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No começo do ano, quando as contas parecem não ter fim, a lista de materiais escolares surge como mais um peso no orçamento das famílias brasileiras.
Entre os gastos, por exemplo, com IPTU e IPVA, a compra de cadernos, lápis, mochilas e outros itens pode se tornar um verdadeiro desafio financeiro.
Para piorar, algumas escolas incluem na lista materiais que não deveriam ser exigidos, gerando dúvidas e insegurança nos pais.
Vamos te mostrar, portanto, o que é permitido por lei, quais itens podem ser solicitados e, claro, como economizar sem abrir mão da qualidade no material escolar do seu filho.
Lista de Materiais Escolares: A Lei que Protege os Pais e Alunos
Para quem não sabe, há uma lei federal que regula o que as escolas podem ou não incluir na lista de materiais escolares.
De acordo com a Lei nº 12.886, de 26 de novembro de 2013, materiais de uso coletivo – como produtos de limpeza, itens administrativos ou de higiene – não podem ser exigidos dos pais ou responsáveis.
No caso das escolas particulares, o texto da lei proíbe que sejam cobradas taxas extras para esses materiais, já que os custos operacionais devem estar incluídos nas mensalidades ou anuidades.
Já nas escolas públicas, esses itens devem ser adquiridos com recursos públicos destinados à manutenção e funcionamento das instituições, sem que a responsabilidade recaia sobre as famílias.
Além disso, nenhuma escola, pública ou particular, pode determinar marcas ou lojas específicas para a compra de materiais, a menos que sejam produtos exclusivos, como apostilas desenvolvidas pela própria instituição.
Itens Proibidos na Lista de Materiais Escolares
A lei é clara ao proibir a inclusão de materiais de uso coletivo na lista de materiais escolares.
Mas o que isso significa na prática?
Confira os itens que você não precisa comprar:
- Produtos de limpeza: álcool em gel, detergente, sabão em pó, papel toalha, papel higiênico.
- Materiais administrativos: folhas de papel A4 para uso interno da escola, grampos, clipes, canetas para quadro branco.
- Artigos de higiene: sabonetes, copos descartáveis, lenços umedecidos.
Se a escola incluir qualquer um desses itens na lista, isso é uma prática abusiva.
Esses materiais são de responsabilidade da instituição.
Liberdade de Escolha para Marcas e Lojas
Outro ponto importante da legislação é a liberdade de escolha.
Você já recebeu uma lista com exigências específicas, como comprar em uma loja determinada ou optar por uma marca cara? Isso é ilegal!
Você tem o direito de pesquisar preços, comparar ofertas e comprar onde for mais vantajoso.
A única exceção é quando o material é exclusivo da escola, como apostilas próprias.
E quanto aos uniformes? Nesse caso, a escola deve manter o modelo por pelo menos cinco anos.
Assim, você pode reutilizar peças de anos anteriores e economizar.
Quantidades Exageradas? Pode Questionar
Embora a escola tenha o direito de pedir materiais de uso individual, como lápis, borrachas e cadernos, é importante observar se as quantidades solicitadas são razoáveis.
Por exemplo, pedir 50 lápis ou 10 cadernos para uma criança do ensino infantil pode ser exagerado.
Ao receber a lista de materiais escolares, pergunte-se se a quantidade realmente será usada ao longo do ano letivo.
Caso desconfie de excessos, você tem o direito de pedir explicações à escola ou até consultar o Procon para verificar se os pedidos estão de acordo com as normas.
Materiais Permitidos: O Que a Escola Pode Pedir?
Nem tudo é proibido. A escola pode solicitar materiais que serão usados diretamente pelos alunos durante as aulas.
Veja alguns exemplos:
- Cadernos e agendas: usados para organização e anotações.
- Lápis, canetas e borrachas: itens básicos para escrita e correção.
- Apontadores e réguas: ferramentas auxiliares em diversas atividades.
- Lápis de cor, canetinhas e giz de cera: essenciais para trabalhos artísticos.
- Tesouras sem ponta e cola: úteis para projetos e trabalhos manuais.
- Mochilas e estojos: para transporte e organização dos materiais.
Esses itens são permitidos, mas as quantidades solicitadas devem ser compatíveis com o uso durante o ano.
Caso algo pareça exagerado, converse com a escola.
Dúvidas sobre Materiais Novos
Outro ponto que costuma gerar dúvida é a exigência de materiais novos.
Aqui, vale lembrar que você não é obrigado a comprar itens novos se ainda tiver materiais em bom estado de anos anteriores.
Isso inclui lápis, borrachas, cadernos e até livros, desde que estejam atualizados.
Se a escola insistir na compra de materiais novos, peça uma justificativa por escrito.
Muitas vezes, apenas mostrar que você conhece seus direitos já é suficiente para resolver a situação.
Cobranças Extras: Fique de Olho
Além da lista de materiais escolares, algumas escolas podem tentar cobrar taxas extras, alegando que são para materiais de uso coletivo ou atividades complementares. Isso também é ilegal.
Nas escolas privadas, por exemplo, todos os custos necessários para o funcionamento da escola devem estar incluídos no valor da mensalidade.
Se você achar que está sendo cobrado de forma abusiva, peça um detalhamento por escrito e, se necessário, procure o Procon.
Esse órgão pode ajudar a mediar conflitos e garantir que seus direitos sejam respeitados.
Resumindo: O Que Fazer em Caso de Irregularidades?
Se você identificar que a escola descumpriu a lei, siga estas orientações:
- Converse com a escola: Às vezes, o problema pode ser resolvido com um diálogo. Explique que certos itens não podem ser exigidos.
- Procure o Procon: Registre uma reclamação e peça orientação sobre como proceder.
- Use plataformas de reclamação: Sites como Reclame Aqui são úteis para expor práticas abusivas.
- Consulte um advogado: Em casos mais graves, você pode buscar ajuda jurídica.
Dicas para Economizar na Lista de Materiais Escolares
Além de conhecer seus direitos, você pode adotar estratégias para gastar menos:
- Pesquise preços: Compare valores em diferentes lojas, incluindo as online.
- Compre em grupo: Junte-se a outros pais para negociar descontos em compras maiores.
- Reaproveite materiais: Antes de comprar, veja o que pode ser reutilizado do ano anterior.
- Evite o início do ano: Os preços costumam ser mais altos em janeiro. Antecipar a compra pode ajudar a economizar.
Com essas dicas, você pode lidar com a lista de materiais escolares de forma mais tranquila e sem pesar tanto no bolso.
Fique atento aos seus direitos e faça escolhas conscientes. Afinal, educação é um investimento, mas não precisa ser um peso desnecessário no orçamento.
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