Nova regra do financiamento imobiliário amplia limite e atualiza uso do FGTS

O governo federal anunciou uma nova regra do financiamento imobiliário voltada à classe média. 

A medida amplia o valor máximo dos imóveis que podem ser financiados, mantém juros menores que os do mercado tradicional e permite o uso do FGTS como parte do pagamento. 

A expectativa, segundo o governo, é impulsionar a construção civil e ampliar o acesso à casa própria no país.

O que foi anunciado?

Foi criada uma nova linha de crédito habitacional dentro do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), com juros de até 12% ao ano, abaixo da taxa básica da economia, hoje em torno de 15%. 

O foco está em famílias com renda acima de R$ 12 mil, grupo que até agora não era atendido por programas habitacionais e tinha acesso restrito ao crédito imobiliário.

Qual será o valor máximo do imóvel financiado?

Com a nova regra do financiamento imobiliário, o teto do valor financiado subiu de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões

A mudança amplia o número de imóveis que poderão ser adquiridos com juros menores e dentro das condições do SFH, que oferece taxas subsidiadas e mais previsibilidade nos pagamentos.

Posso usar o FGTS para comprar um imóvel dentro do novo modelo?

Sim. Dentro das regras do SFH, o comprador poderá usar o saldo do FGTS em diferentes etapas do financiamento:

  • para dar entrada no imóvel;
  • para abater parte do saldo devedor;
  • ou para amortizar parcelas do contrato.

Antes, imóveis acima de R$ 1,5 milhão só podiam ser financiados pelo Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), onde não é permitido usar o FGTS

Agora, com o teto ampliado para R$ 2,25 milhões, mais famílias poderão aproveitar o fundo e pagar menos juros.

Quanto do imóvel pode ser financiado pela Caixa?

A Caixa Econômica Federal voltará a financiar até 80% do valor do imóvel por meio do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Antes, o limite era de 70%.

Com o novo percentual, o comprador precisará de uma entrada menor, o que facilita o acesso ao crédito e amplia as possibilidades de compra.

Qual é o público-alvo do novo modelo?

O novo modelo é direcionado à classe média, formada por famílias com renda mensal acima de R$ 12 mil

Essa faixa não era contemplada pelo Minha Casa, Minha Vida, voltado a famílias com renda de até R$ 12 mil, e também não tinha condições de competir com as taxas mais altas do mercado tradicional.

Quantos imóveis devem ser financiados?

Segundo estimativas do governo, a medida deve permitir à Caixa financiar cerca de 80 mil novos imóveis. 

Além disso, o volume total de crédito habitacional pode chegar a R$ 111 bilhões no primeiro ano, o que representa R$ 52,4 bilhões a mais do que no modelo anterior. 

Desse montante, R$ 36,9 bilhões devem ser liberados de forma imediata.

Quando as novas regras entram em vigor?

A implantação do novo modelo começa em 2025 e será feita de forma gradual até janeiro de 2027.

Nesse período, os bancos ainda precisarão seguir as regras atuais para o uso do dinheiro da poupança, mas com ajustes aos poucos.

Hoje, o funcionamento é assim:

  • 65% dos recursos da poupança precisam ser usados em crédito habitacional;
  • 20% ficam retidos pelo Banco Central (como uma reserva obrigatória, chamada depósito compulsório);
  • 15% podem ser usados livremente pelos bancos.

Com a transição, essa reserva obrigatória vai diminuir aos poucos.

A partir de 2027, o depósito compulsório cairá para 15%, e parte desses recursos será liberada para o novo modelo de crédito imobiliário.

Na prática, isso significa que mais dinheiro da poupança estará disponível para financiar imóveis, ampliando o acesso ao crédito e reduzindo o custo dos financiamentos.

E o que muda após o período de transição?

Quando o novo sistema estiver totalmente em vigor, não haverá mais obrigação de destinar 65% da poupança ao crédito habitacional, e os depósitos compulsórios no Banco Central deixarão de existir.

Isso permitirá que 100% dos recursos aplicados na poupança possam ser usados em financiamentos imobiliários, ampliando a oferta de crédito e, segundo o governo, ajudando a movimentar o setor da construção civil.

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