Deputado acusa Lula de oferecer R$ 60 milhões como ‘suborno’; governo fala em diálogo

Ganhou destaque nos últimos dias uma acusação feita pelo deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS) de que o governo Lula ofereceu R$ 60 milhões a deputados. Saiba tudo sobre o caso aqui no Guia do Ex-Negativado.

Lula e os R$ 60 milhões para deputados: entenda a acusação

Na última segunda-feira, 6 de março, o deputado federal Sanderson fez uma publicação em sua conta oficial no Twitter afirmando que houve uma tentativa de “suborno” por parte do governo Lula para quem retirasse a assinatura da CPMI dos atos do dia 8 de janeiro.

A afirmação feita pelo parlamentar, segundo ele, foi recebida através de informações que teriam partido de outros representantes da casa do Congresso Nacional.

Já o deputado federal, Zé Trovão (PL-SC) seguiu a mesma linha ao acusar o governo Lula de coação.

“Estão convocando os parlamentares novos até o Palácio do Planalto para intimidá-los. Quem não tirar a assinatura da CPMI, não vai receber o dinheiro, que é um direito nosso para levar ao estado. E, eu estou dizendo isso porque fui até lá hoje nessa reunião, para saber o que eles iam falar. E eles têm a cara de pau de querer coagir os novos deputados que chegaram na casa”.

Após a acusação iniciada por Sanderson, o site O Antagonista levantou que a proposta de R$ 60 milhões em emendas foi feita diretamente para um deputado federal do MDB, que compõe a base aliada do governo no Congresso.

De onde sairiam os R$ 60 milhões oferecidos a deputados?

Sem mais o orçamento secreto aprovado na gestão Bolsonaro (PL), os valores em emendas seriam retirados das emendas RP2, que é a verba já prevista e disponível nos ministérios do governo Lula.

Ainda segundo O Antagonista, esse foi o mecanismo encontrado pelo governo eleito em 2022 de substituir as emendas do relator-geral, que foram proibidas pelo STF, deixando os valores nos ministérios.

Reunião entre governo e deputados aconteceu no Palácio

Conforme publica a CNN Brasil, houve uma reunião convocada pelo ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, contando com a presença de deputados eleitos por Sul e Centro-Oeste do país – regiões onde houve maioria de parlamentares eleitos como oposição a Lula.

A reunião contou com a presença do vice-presidente Geraldo Ackmin (PSB).

O que diz o governo sobre a acusação de suborno e coação?

O próprio ministro Alexandre Padilha enviou um vídeo à analista da CNN, Raquel Landim, no qual afirma que o governo está buscando dialogar para evitar uma CPMI.

“O que vai existir da minha parte e do governo, (é que) nós vamos dialogar com o parlamento, com os deputados, para tentar convencê-los que não é a melhor forma de apurar quem financiou, quem organizou”.

O que é a CPMI do dia 8 de janeiro?

CPMI é a sigla para Comissão Parlamentar Mista de Inquérito.

Trata-se de um tipo de comissão parlamentar formada por membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o objetivo de investigar fatos determinados que sejam de interesse público e que exijam a apuração de responsabilidades.

A ideia de iniciar uma CPMI sobre os atos do dia 8 de janeiro, em Brasília, tem a autoria do deputado federal André Fernandes (PL-CE), que compõe a base opositora ao governo no Congresso.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) se compromete em ler o pedido de abertura de comissão caso sejam preenchidos todos os requisitos. O principal deles é justamente o número de assinaturas necessário.

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