Inadimplência em alta no Brasil é retrato preocupante do país

A inadimplência tem se tornado uma preocupação cada vez maior no Brasil, afetando adultos em diversas regiões do país. Especialmente nas áreas urbanas com foco na indústria e nos serviços, a situação é alarmante.

A crise econômica resultante da pandemia deixou marcas profundas e, recentemente, alcançamos um novo recorde alarmante: em março deste ano, 43,43% dos adultos brasileiros acima de 18 anos estavam enfrentando dívidas pendentes. Essa estatística tem mantido a Serasa em estado de alerta desde 2016, quando começaram a monitorar os dados.

Qual a situação?

O cenário atual é ainda mais sombrio do que em março de 2020, quando a porcentagem de endividados era de 41,20%. O aumento das dívidas não pagas é significativo.

A inadimplência tem um impacto negativo no crescimento econômico do país e se tornou um dos principais temas discutidos pelos candidatos presidenciais. Infelizmente, o programa governamental de renegociação de dívidas, conhecido como “Desenrola”, tem enfrentado atrasos devido a questões técnicas que precisam ser resolvidas.

As causas e os números relacionados à inadimplência continuam a crescer, embora em um ritmo mais lento. Em março deste ano, cerca de 70,71 milhões de pessoas estavam atoladas em dívidas, com uma média de R$ 4.731 por pessoa. Essas dívidas englobam empréstimos bancários, cartões de crédito, compras em lojas e financeiras, além das contas de água, luz e comunicação. O valor total dessas dívidas astronômicas chega a incríveis R$ 334,5 bilhões.

O que causou isso?

Diversos fatores contribuem para essa situação financeira caótica. A inflação e o desemprego, embora em declínio, ainda estão em níveis elevados, agravando a fragilidade da atividade econômica. Essa combinação explosiva tem alimentado a inadimplência em todo o país. Cada estado apresenta suas particularidades, que dependem do tipo de atividade econômica predominante, da taxa de desemprego, da renda média e do volume de auxílios recebidos pela população.

Dados recentes

Segundo uma pesquisa recente realizada pela Serasa, cinco estados lideram o ranking da inadimplência em março deste ano, com mais da metade de sua população adulta atolada em dívidas. Antes da pandemia, em março de 2020, apenas o estado do Amazonas ultrapassava essa marca, com 55,2%.

Agora, o estado do Rio de Janeiro ocupa o primeiro lugar, com 52,65% da população adulta enfrentando atrasos no pagamento de suas contas. Em seguida, temos o Amapá (52,44%), Amazonas (52,32%), Distrito Federal (51,13%) e Mato Grosso (50,22%). O estado do Ceará está em uma posição um pouco melhor, com um índice de inadimplência menor (45,0%), porém, foi o estado que mais sofreu aumento no número de endividados desde março de 2020, registrando um aumento de mais de oito pontos percentuais.

A realidade da inadimplência no Brasil é alarmante e exige atenção imediata. Medidas efetivas precisam ser adotadas para combater essa crescente crise financeira que afeta milhões de brasileiros. Além do programa “Desenrola”, é essencial implementar políticas públicas e iniciativas privadas que promovam a educação financeira, o acesso a linhas de crédito justas e o incentivo ao empreendedorismo.

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