Call us now:
A proposta de regulamentação da Reforma Tributária, cuja votação foi concluída na última terça-feira (17) na Câmara dos Deputados e que agora aguarda apenas a sanção do presidente Lula, trouxe uma importante novidade para trabalhadores autônomos e pequenos empreendedores: a criação do nanoempreendedor.
Esse novo modelo visa beneficiar brasileiros que possuem atividades econômicas de baixa escala ou atuam com renda complementar, simplificando o processo de formalização e garantindo isenção dos novos impostos sobre consumo.
A seguir, explicamos o que é o nanoempreendedor, quem pode se enquadrar nessa categoria e como funciona a nova regra para trabalhadores de aplicativos.
Quem pode se tornar nanoempreendedor
O nanoempreendedorismo foi pensado para brasileiros que realizam atividades econômicas complementares ou de pequena escala, com baixo faturamento e sem funcionários.
Exemplos de profissionais que podem se enquadrar incluem:
- Costureiras que fazem consertos ou ajustes em casa
- Artesãos
- Jardineiros que prestam serviços ocasionais em residências
- Vendedores autônomos de alimentos caseiros ou produtos artesanais
- Motoristas e entregadores de aplicativo, que possuem regras diferenciadas (explicadas abaixo)
- Pedreiros
- Confeiteiras
- Animadores de festas
- Outros profissionais que comercializam produtos e serviços por venda direta entre outros
Essa modalidade busca simplificar a formalização, garantindo a esses profissionais um CNPJ para operar de maneira legalizada.
Esses empreendedores estarão isentos do pagamento do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), de responsabilidade de estados e municípios, e da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), de competência federal.
Regras especiais para motoristas e entregadores de aplicativo
Uma das principais mudanças trazidas pela regulamentação envolve os motoristas e entregadores de aplicativo.
Esses trabalhadores poderão ser considerados nanoempreendedores, mas com uma regra especial para o cálculo da receita.
Como funciona a flexibilização?
De acordo com a proposta, apenas 25% da receita bruta mensal dos motoristas e entregadores será considerada para fins de enquadramento no limite de R$ 40,5 mil por ano.
Por que essa regra foi criada?
Segundo os parlamentares, a maior parte do dinheiro que esses profissionais recebem é destinada a despesas como:
- Combustível.
- Manutenção do veículo.
- Taxas e outros custos operacionais.
Portanto, ao considerar apenas 25% da receita, a nova regra amplia o número de trabalhadores que poderão ser enquadrados como nanoempreendedores, oferecendo formalização sem sobrecarregar com impostos.
Exemplo prático:
Se um motorista de aplicativo recebe R$ 4 mil por mês, apenas R$ 1 mil (25%) será considerado como receita para fins de enquadramento.
Dessa forma, ele poderá ser classificado como nanoempreendedor, já que o valor anual dessa receita seria de R$ 12 mil, abaixo do limite de R$ 40,5 mil.
Possíveis Benefícios do Nanoempreendedor
A criação dessa nova categoria pode trazer vantagens tanto para os profissionais quanto para a economia em geral.
Os principais benefícios incluem:
1 – Isenção de impostos sobre consumo: O nanoempreendedor estará isento dos novos tributos sobre consumo criados pela Reforma Tributária, o que diminui o custo para manter o negócio formalizado.
2 – Facilidade na formalização: Pequenos trabalhadores poderão legalizar suas atividades de maneira simplificada.
3 – Regra diferenciada para trabalhadores de aplicativos: A flexibilização que considera apenas 25% da receita bruta amplia o acesso à formalização, beneficiando motoristas e entregadores de plataforma.
4 -Acesso a crédito: Com um CNPJ, os nanoempreendedores poderão acessar linhas de crédito específicas para pequenos negócios, facilitando investimentos para o crescimento.
Diferenças entre MEI e Nanoempreendedor
Embora o nanoempreendedorismo e o MEI sejam categorias voltadas para pequenos empreendedores, existem algumas diferenças importantes:
Critério | MEI | Nanoempreendedor |
---|---|---|
Faturamento anual | Até R$ 81 mil | Até R$ 40,5 mil |
Impostos sobre consumo | Contribuição fixa mensal | Isento |
Contribuição previdenciária | Sim (direito ao INSS) | Não recolhe diretamente |
Funcionários | Pode registrar até 1 funcionário | Não pode registrar funcionários |
Por que o nanoempreendedorismo pode ser importante?
A categoria de nanoempreendedor foi criada para atender a um público que ainda não consegue se encaixar no perfil do MEI, já que seus negócios não geram faturamento suficiente para cobrir a contribuição mensal de R$ 75,00.
Com essa nova classificação, esses pequenos empreendedores poderão formalizar suas atividades e garantir maior proteção jurídica e fiscal.
À medida que seus negócios se desenvolvam, terão a opção de migrar para o MEI ou o Simples Nacional, conforme o crescimento da receita.
Uma oportunidade, portanto, para formalizar atividades econômicas que, até então, ficavam na informalidade devido aos custos tributários e à burocracia.
Ao garantir isenção de impostos sobre consumo, essa nova categoria facilita a legalização de trabalhadores com baixo faturamento e pequenos negócios.
Além disso, as regras especiais para motoristas e entregadores de aplicativo representam um avanço importante, permitindo que mais profissionais se beneficiem da formalização sem comprometer seus ganhos.
Próximos passos
O nanoempreendedor surge como uma solução ideal para quem trabalha em pequena escala ou busca uma renda complementar.
Se você é autônomo, formalizar seu negócio pode ser o primeiro passo para conquistar novos clientes, acessar crédito e garantir mais organização financeira.
Com a aprovação na Câmara dos Deputados, a regulamentação da Reforma Tributária aguarda agora a sanção presidencial.
Se aprovada, a criação da categoria de nanoempreendedor poderá beneficiar muitos brasileiros que desejam formalizar seus pequenos negócios, oferecendo mais segurança para suas atividades econômicas.
A previsão é que essa nova categoria entre em vigor em 2026, acompanhando a implementação da Reforma Tributária.
Veja ainda: