Renda dos consumidores afetam receita dos supermercados

O setor de supermercados e atacarejos enfrenta um cenário desafiador diante da crise econômica causada pela pandemia. Com a renda dos consumidores comprometida e a inflação pressionando os preços, as redes vêm buscando formas de se adaptar e se manter competitivas.

Lojas apresentam prejuízo

O Grupo Carrefour Brasil, por exemplo, apresentou prejuízo em seu último resultado, decorrente de investimentos no Grupo BIG.

No caso do Assaí, a queda no lucro líquido no primeiro trimestre de 2023 pode ser atribuída à elevada taxa de juros no período, que aumentou o custo da dívida da empresa.

Isso se deve ao fato de que a empresa assumiu uma grande dívida para comprar as lojas do Extra Hiper, o que aumentou seus custos financeiros.

De acordo com Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo, a abertura acelerada de novas lojas pode ter um impacto negativo no resultado das empresas, especialmente quando os juros estão mais altos.

Novas lojas são um problema

Segundo Eduardo Terra, a expansão de novas lojas é uma estratégia que requer cautela. Ele destaca que o balanço financeiro pode ser equilibrado se cerca de 10% das unidades representarem novas lojas.

No entanto, se a expansão for mais arrojada, é possível que a conta saia um pouco do controle.

Além disso, ele observa que o alto nível de endividamento das pessoas físicas tem se refletido em todo o setor alimentar. Por isso, é importante pensar em estratégias que possam levar em conta essa realidade.

CEO do Assaí analisa a situação

De acordo com Belmiro Gomes, CEO do Assaí, a combinação perigosa de juros altos e inflação alimentar quase a zero tem afetado o crescimento das empresas.

A inflação alimentar já não é mais um fator que impulsiona a receita da empresa, enquanto o custo da dívida para expansão está mais alto.

Gomes afirma que as metas para 2024 podem ser reavaliadas dependendo do cenário econômico do segundo semestre.

A situação financeira da companhia tem sido motivo de preocupação para os investidores, especialmente em relação à relação dívida líquida/Ebitda.

Embora a empresa tenha buscado soluções para o endividamento ao longo do ano de 2022, a crise generalizada de crédito em 2023 certamente dificultou esse processo.

No entanto, o CEO do Assaí está otimista em relação à redução da relação dívida líquida/Ebitda até o final do ano, o que certamente traria alívio para os acionistas.

Crédito: Estadão

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