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Um novo golpe digital tem chamado a atenção de especialistas em segurança e preocupa usuários de Android no Brasil. Trata-se de um vírus em jogos para celular que, ao ser instalado, consegue invadir o sistema do aparelho, acessar aplicativos bancários e desviar dinheiro das contas das vítimas — muitas vezes sem que elas percebam o que está acontecendo.
O perigo está em aplicativos que imitam jogos populares e prometem recompensas para quem joga.
Por trás dessa aparência inofensiva, esconde-se um tipo de vírus chamado trojan bancário, que tem a capacidade de automatizar fraudes, inclusive burlando sistemas de segurança como autenticação facial ou por biometria.
Esse tipo de golpe é uma evolução da técnica conhecida como “Mão Fantasma”, e já conseguiu lesar diversas pessoas no país.
Entenda a seguir como funciona o golpe, por que ele é tão perigoso e como se proteger.
Como funciona o vírus em jogos para celular
O ataque começa de forma aparentemente inocente.
A vítima baixa um aplicativo fora da loja oficial — o que já representa um risco por si só — acreditando que se trata de um joguinho que oferece prêmios ou recompensas.
Ao abrir o app pela primeira vez, o sistema solicita uma permissão de acessibilidade, sob o pretexto de melhorar a experiência do usuário.
Essa solicitação pode parecer inofensiva, mas é justamente aí que o vírus ganha força.
A permissão de acessibilidade foi criada para facilitar o uso do celular por pessoas com deficiência, permitindo que o aparelho seja controlado de maneira automatizada.
No entanto, criminosos estão utilizando essa função para comandar o celular das vítimas remotamente.
Assim que a vítima concede essa permissão, o vírus ganha acesso total ao dispositivo.
E a partir daí, ele consegue simular toques na tela, acessar aplicativos bancários, iniciar transferências e até alterar dados do destinatário sem levantar suspeitas.
O que é a nova “Mão Fantasma”?
Essa técnica recebeu o apelido de “Mão Fantasma” porque dá a sensação de que alguém está controlando o celular à distância — mesmo com a tela desligada.
A nova versão do golpe é ainda mais perigosa, pois funciona de forma automatizada.
Ou seja, o criminoso não precisa estar presente ou monitorando cada etapa: o próprio vírus faz todo o trabalho.
Segundo Fabio Marenghi, especialista da Kaspersky no Brasil, o malware é tão eficiente que pode até mesmo contornar sistemas de segurança usados por bancos, como reconhecimento facial.
Enquanto a pessoa tenta fazer um PIX normalmente, o vírus entra em ação no exato momento em que a transação está sendo processada.
Nesse instante, a tela do celular é bloqueada por alguns segundos, o que dá a impressão de que o sistema está apenas carregando.
No entanto, nesse curto período, o vírus modifica os dados da transferência: ele troca o destinatário e, em alguns casos, até o valor.
Quando a tela volta ao normal e o usuário digita a senha, o golpe já foi concluído.
Tudo acontece de forma tão rápida e silenciosa que dificilmente a vítima percebe que foi enganada.
Por que esse tipo de golpe está crescendo tanto?
Diferente da versão tradicional da “Mão Fantasma”, em que o criminoso precisa fazer tudo manualmente, essa nova estratégia com vírus em jogos para celular permite que o processo seja 100% automatizado.
Isso significa que os golpistas conseguem atacar um número muito maior de pessoas, inclusive enquanto dormem ou estão fora de casa.
Isso permite que o criminoso dedique seu tempo apenas para espalhar o vírus e alcançar mais vítimas.
Enquanto isso, o próprio sistema malicioso continua operando sozinho, aplicando os golpes mesmo quando o autor está offline.
Esse funcionamento independente torna o esquema mais eficiente, lucrativo e difícil de ser interrompido.
Além disso, como os aplicativos falsos não estão nas lojas oficiais — como a Play Store —, é mais difícil para as empresas de segurança rastrear e derrubar esses apps antes que eles façam vítimas.
Dicas para se proteger do vírus que rouba dinheiro pelo celular
Embora o golpe seja sofisticado, é possível se proteger com atitudes simples no dia a dia.
Os especialistas da Kaspersky compartilham algumas recomendações fundamentais para evitar cair nessa armadilha:
1. Baixe aplicativos apenas de lojas oficiais
A chance de encontrar um aplicativo malicioso na Play Store ou App Store é muito menor.
Além disso, essas plataformas têm mecanismos de segurança que removem rapidamente apps suspeitos.
2. Nunca conceda permissão de acessibilidade para apps desconhecidos
Essa função é necessária apenas em casos específicos, geralmente para pessoas com limitações físicas.
Se um jogo ou app de entretenimento pedir esse tipo de permissão, desconfie imediatamente.
3. Ative a autenticação de dois fatores (2FA)
Esse recurso adiciona uma camada extra de proteção às suas contas, exigindo um segundo código de verificação além da senha comum.
É essencial especialmente em contas bancárias e serviços de pagamento.
4. Instale um antivírus ou solução de segurança no celular
Assim como protegemos computadores, os smartphones também precisam de proteção.
Um bom antivírus pode impedir que você acesse sites falsos ou baixe arquivos perigosos.
Fique atento com vírus em jogos para celular
Com o avanço dos golpes digitais, especialmente os que usam vírus em jogos para celular, é essencial redobrar a atenção e compartilhar esse tipo de alerta com amigos e familiares.
Muitas pessoas ainda não sabem que um simples joguinho pode se transformar em uma armadilha para roubar todos os seus dados bancários e economias.
A tecnologia está cada vez mais presente na nossa rotina, e, com isso, cresce também a criatividade dos criminosos.
A boa notícia é que, com informação e prevenção, é possível se proteger e evitar grandes prejuízos.
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