Abandono Afetivo Pode Gerar Indenização: Saiba Como Buscar Justiça

21/06/2024

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As consequências do abandono afetivo são variadas e podem ser bastante severas; portanto, é possível buscar indenização.

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O abandono afetivo é um tema relevante e de grande impacto social que merece atenção. Trata-se de uma forma de negligência emocional que pode causar danos profundos ao desenvolvimento e bem-estar de crianças e idosos.

Vamos explicar aqui um pouco mais sobre o tema, suas consequências, os aspectos legais e como proceder em caso de necessidade de indenização.

O objetivo é fornecer uma compreensão melhor sobre o tema, destacando a importância do cuidado emocional, e oferecendo orientações práticas para quem precisa buscar justiça.

Veja ainda:

O que é Abandono Afetivo

Abandono afetivo refere-se à falta de cuidado emocional e suporte afetivo que um indivíduo recebe de seus responsáveis.

Esse termo é comumente utilizado para descrever a ausência de carinho, atenção e apoio emocional, que são essenciais para o desenvolvimento saudável de crianças e para a qualidade de vida dos idosos.

Embora seja mais frequentemente associado às crianças, o abandono afetivo pode afetar qualquer pessoa que dependa emocionalmente de outra para receber cuidados e apoio.

A ausência de interação e a falta de demonstração de afeto por parte dos pais ou responsáveis podem gerar um sentimento de rejeição e menosprezo, afetando a autoestima e o desenvolvimento psicológico do indivíduo.

Para as crianças, o ambiente familiar é o primeiro espaço de socialização e aprendizado emocional.

Quando essa base é comprometida, a criança pode ter dificuldades em desenvolver habilidades sociais e emocionais essenciais para a vida adulta.

Quais as Consequências do Abandono Afetivo?

As consequências do abandono afetivo são variadas e podem ser bastante severas. Aqui estão algumas das principais:

Abandono Afetivo Em Crianças:

  • Baixa Autoestima e Insegurança: A falta de suporte emocional pode fazer com que as crianças se sintam desvalorizadas e rejeitadas, comprometendo sua autoestima e segurança emocional.
  • Dificuldades de Relacionamento: Sem o afeto necessário, crianças podem ter problemas para formar vínculos saudáveis com outras pessoas. Isso pode levar a dificuldades em estabelecer relacionamentos amorosos e profissionais na vida adulta.
  • Problemas Emocionais: O abandono pode resultar em depressão e ansiedade. Crianças abandonadas emocionalmente são mais vulneráveis a transtornos de saúde mental.
  • Dificuldades Escolares: A ausência de um suporte emocional sólido pode causar falta de concentração e baixo rendimento acadêmico. Crianças sem apoio emocional têm mais dificuldade em lidar com frustrações e desafios escolares.

Abando Afetivo Em Idosos:

  • Depressão e Isolamento Social: Idosos que são negligenciados emocionalmente podem sentir-se desvalorizados e sem propósito, levando a depressão e isolamento social.
  • Piora nas Condições de Saúde: A falta de estímulos emocionais e sociais pode agravar problemas de saúde física e mental. Idosos abandonados têm maior risco de declínio cognitivo acelerado, incluindo doenças como Alzheimer.
  • Declínio Cognitivo: Sem estímulos adequados, a saúde mental dos idosos pode deteriorar mais rapidamente, aumentando a vulnerabilidade a várias formas de demência.

É Crime o Abandono Afetivo?

No Brasil, o abandono afetivo pode ser considerado uma forma de violência emocional e, em certos casos, pode resultar em responsabilidades legais.

Segundo a advogada especialista em Direito Civil, Edilene Faria,

“Embora o amor e o afeto não possam ser impostos por lei, a omissão de cuidados básicos e emocionais pode ser interpretada como negligência, configurando um ato passível de indenização por danos morais, conforme reconhecido pela jurisprudência brasileira”.

A Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estabelecem que é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à convivência familiar e comunitária.

Além disso, é necessários protegê-los de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

“Nesse contexto, o abandono afetivo pode ser interpretado como uma violação desses direitos, sendo passível de ação judicial”, afirma a advogada.

Violações Legais e o Abandono Afetivo

Como vimos, o abandono afetivo ocorre quando pais ou responsáveis negligenciam as necessidades emocionais dos filhos, como carinho e atenção.

Esse tipo de negligência viola várias obrigações legais no Brasil:

  1. Constituição Federal – Art. 227: Obriga a família, sociedade e Estado a garantir direitos como vida, saúde e educação às crianças e adolescentes. O abandono afetivo é uma violação direta deste dever.
  2. Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – Art. 4º: Estabelece a obrigação de assegurar o desenvolvimento integral das crianças e adolescentes. A falta de afeto e suporte emocional é uma infração a este artigo.
  3. Código Civil – Art. 1.634: Define que é dever dos pais cuidar da criação e educação dos filhos, mantendo-os em sua companhia e guarda. A negligência dessas responsabilidades caracteriza o abandono afetivo.

Como Provar Abandono Afetivo

Provar o abandono afetivo pode ser desafiador, pois é necessário demonstrar a ausência de vínculos afetivos e suporte emocional. Veja como reunir as provas necessárias:

1) Depoimentos: Familiares e Amigos: Testemunhas próximas podem relatar a falta de cuidado e atenção do responsável.

2) Registros Médicos e Psicológicos:

  • Laudos de Psicólogos e Psiquiatras: Profissionais da saúde podem fornecer relatórios que comprovem o impacto emocional e psicológico do abandono.
  • Consultas e Tratamentos: Documentação de consultas e tratamentos pode evidenciar os danos causados pelo abandono.

3) Documentação:

  • Registros de Interações: Comprovar a falta de contato através de registros de ligações telefônicas, visitas e correspondências.
  • Relatórios Escolares: Podem mostrar problemas comportamentais ou de desempenho relacionados ao abandono.

Seguindo esses passos, você poderá estruturar um caso mais sólido e abrangente para provar o abandono afetivo em uma ação judicial.

Abandono Afetivo da Pessoa Idosa

O abandono afetivo também afeta gravemente os idosos, que dependem do suporte de familiares para uma vida digna.

Como já vimos neste texto, a negligência emocional e a falta de atenção podem levar ao agravamento de doenças, isolamento e deterioração mental.

Assim como no caso das crianças, o abandono afetivo de idosos é uma questão de responsabilidade familiar e social, que pode ter consequências jurídicas.

A legislação brasileira, através do Estatuto do Idoso, estabelece que é dever da família, da comunidade, da sociedade e do poder público assegurar ao idoso a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.

O abandono afetivo de idosos, portanto, configura uma violação desses direitos e pode ser tratado judicialmente.

Como Pedir Indenização por Abandono Afetivo

Para pedir indenização por abandono afetivo, é necessário entrar com uma ação judicial, onde o requerente deve apresentar provas concretas do abandono e dos danos causados.

A assistência de um advogado especializado em direito de família é essencial para orientar o processo e ajudar na coleta de provas.

Casos de sucesso geralmente envolvem testemunhos, relatórios médicos e psicológicos que atestam o impacto negativo do abandono.

O processo judicial para buscar indenização por abandono afetivo pode ser complexo e demorado.

No entanto, é uma ferramenta importante para garantir que os responsáveis sejam responsabilizados por sua negligência emocional e para obter compensação pelos danos sofridos.

A indenização pode ajudar a reparar parte dos danos emocionais e financeiros causados pelo abandono.

Avatar de Aline Mota

Jornalista, com 18 anos de experiência nas áreas de Comunicação Corporativa de empresas nacionais e multinacionais e produtoras de conteúdo. Formada pela Universidade Bandeirante de São Paulo e pós graduada pela ESPM, Escola de Propaganda e Marketing. Apresentadora do canal de Finanças pessoais, Guia do Ex Negativado, mãe, dona de casa, profissional e apaixonada pela educação financeira. Acredita que com informação e mudança de atitude, é possível encontrar equilíbrio e ter sucesso financeiro. Produziu conteúdos para a Febraram e B3, participou de palestras do Gustavo Cerbasi, maior referência em educação financeira do Brasil.

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