Os consumidores brasileiros estão enfrentando um desafio na hora de colocar a tangerina, também conhecida como mexerica ou bergamota, em seus carrinhos de compras. Segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a fruta registrou uma alta expressiva de 52,5% nos últimos 12 meses, marcando o maior aumento desde maio de 2019.
Essa elevação expressiva nos preços da fruta tem chamado a atenção e causado impacto no bolso dos consumidores. A fruta, conhecida por seu sabor cítrico e refrescante, está se tornando um item de difícil acesso para muitas famílias brasileiras.
O IPCA é um indicador que mede a variação de preços de um conjunto de produtos e serviços consumidos pelas famílias brasileiras. No caso da tangerina, por sua vez, esse aumento de 52,5% reflete um cenário de escalada preocupante nos valores.
Motivos da alta no preço da tangerina
Vários fatores têm contribuído para a valorização desse cítrico tão apreciado.
As condições climáticas desfavoráveis têm sido uma das principais causas, com o excesso de chuva em regiões produtoras do Sul e do Sudeste prejudicando severamente as plantações.
Adicionalmente, a fruta também enfrentou perdas significativas devido a um fungo que se desenvolveu devido à umidade, bem como à disseminação da doença de greening, comum na citricultura.
A sazonalidade é outro aspecto a ser considerado, visto que o período de maior volume de colheita, normalmente entre maio e agosto, sofreu com problemas de produção em várias regiões do país neste ano; tornando, assim, a tangerina mais rara em alguns meses específicos.
Outro componente relevante para o aumento dos preços é o incremento nos custos de produção.
Insumos agrícolas, especialmente aqueles derivados do petróleo, como os defensivos, por exemplo, tiveram seus preços elevados, impactando diretamente os produtores.
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A fruta ainda é opção mais acessível se comparada com outras
Apesar do cenário inflacionário, é importante notar que a tangerina ainda se mantém como uma opção mais acessível em comparação a outras frutas, como nectarina e uvas sem sementes, por exemplo.
A perspectiva é que, nos próximos 12 meses, os efeitos das adversidades climáticas e dos custos de produção sejam amenizados, mas o cenário permanecerá sob monitoramento constante.
Outros alimentos também enfrentaram altas significativas durante esse período, como inhame, filhote de peixe, farinha de mandioca e banana-maçã.
Em contrapartida, o óleo de soja registrou a maior queda de preço no mesmo período, seguido por combustíveis como óleo diesel, gasolina, etanol e gás veicular, os quais apresentaram reduções após cortes tributários.