Calotes de Cuba e Venezuela ao BNDES: Lula culpa Bolsonaro por isso; será que é verdade?

Calotes de Cuba e Venezuela ao BNDES – Um dos temas que voltaram à tona nas últimas semanas foi o calote de Cuba e Venezuela ao BNDES, após o novo governo sinalizar a possibilidade de novamente financiar obras fora do país. Nessa última segunda-feira (6), o presidente Lula (PT) afirmou que a culpa é de Bolsonaro pelos prejuízos dos financiamentos anteriores. Entenda mais sobre o tema aqui no Guia do Ex-Negativado.

Na posse de Aloizio Mercadante (PT), como presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES), o chefe de Estado brasileiro fez afirmações de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi o culpado pelos calotes cubano e venezuelano ao Brasil.

Lula culpa Bolsonaro por calotes de Cuba e Venezuela ao BNDES

Na opinião de Luiz Inácio Lula da Silva, o fato da gestão Bolsonaro (de 2019 a 2022) ter cortado relação com os países vizinhos, criou o problema do não pagamento da dívida. Inclusive, segundo ele, Bolsonaro preferiu não cobrar para culpar o PT.

“E vamos ser francos: os países que não pagaram, seja Cuba, seja Venezuela, é porque o presidente resolveu cortar relação internacional com esses países e, para não cobrar, para poder ficar nos acusando, deixou de cobrar”, afirmou Lula.

No entanto, o site Antagonista revela que colocar a culpa em Bolsonaro não é correto, pois desde janeiro de 2018, ainda no governo do presidente Michel Temer, existiam registros de inadimplência tanto de Cuba como de Venezuela. A informação é colhida no próprio site do BNDES.

Ainda sobre isso, o jornalista político Felipe Moura Brasil, no programa CNN Arena afirmou o seguinte:

“(…) Bolsonaro tem responsabilidade política, moral e eventualmente jurídica sobre uma série de atos de omissões que atingiram vidas brasileiras na pandemia, em terras indígenas, bem como em prédios dos três poderes, a educação e o meio ambiente entre outros casos (…) mas não pelo uso do dinheiro dos brasileiros para financiarem empreiteiras amigas de Lula (…)”. 

O jornalista ainda lembrou que, caso empréstimos como o do BNDES não sejam pagos, o banco pode acionar a garantia fornecida pelo Tesouro Nacional; o que significa, portanto, dinheiro público sendo usado como garantia.

Lula ainda acredita que os países irão pagar o BNDES

No seu discurso, o atual presidente da República ainda afirmou que acredita que os países vão pagar a dívida restante, apesar de não terem cumprido com a maior parte do combinado até hoje.

“Eu tenho certeza que no nosso governo esses países vão pagar porque são todos países amigos do Brasil e certamente pagarão a dívida que tem com o BNDES”. 

 Entenda o calote de Cuba e Venezuela ao BNDES

No caso de Cuba, o valor emprestado foi de 656 milhões de dólares (R$ 3,3 bilhões). Dessa quantia, 407 milhões de dólares (R$ 2,1 bi) ainda vão vencer.

Já a Venezuela pegou 1,5 bilhão de dólares (R$ 7,7 bilhões) e ainda restam 122 milhões de dólares (R$ 632 milhões) a pagar.

No total, Cuba e Venezuela ainda devem 529 milhões de dólares (R$ 2,72 bilhões) ao Brasil. E dificilmente vão pagar.

É sempre importante ressaltar que os valores já pagos foram indenizados pelo Fundo de Garantia à Exportação. Ou seja, o contribuinte brasileiro é quem paga os empréstimos.

O BNDES já foi indenizado com R$ 1,1 bilhão do empréstimo à Cuba e R$ 3,3 milhões do empréstimo para a Venezuela.

Financiamentos do BNDES a outros países: maioria nos governos Lula e Dilma

Entre 1998 e 2017, foram realizadas 148 operações de financiamentos de exportações por parte do BNDES, envolvendo 15 países e um total de 10,5 bilhões de dólares emprestados pelo Brasil. Desse montante, 88% foi financiado entre 2007 e 2015, nos governos Lula e Dilma, ambos do PT.

Angola (3,2 bilhões de dólares), Argentina (2 bilhões de dólares), Venezuela (1,5 bilhão de dólares), República Dominicana (1,2 bilhão de dólares), Equador (700 milhões de dólares) e Cuba (656 milhões de dólares), foram os países que mais receberam valores emprestados.

Já as empresas brasileiras que se beneficiaram dos financiamentos e atuaram nos países são empreiteiras como Odebrecht (76%), Andrade Gutierrez (14%), Queiroz Galvão (4%), Camargo Correa (25%) e OAS (2%), como publica a revista Veja. Todas essas empreiteiras foram fortemente atingidas pela Operação Lava Jato.

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