Estudo revela que o consumo hídrico é absurdamente desigual entre as classes sociais

Um estudo realizado pela revista científica “Nature Sustainability” analisou como o consumo de recursos hídricos muda conforme a renda familiar. O estudo de caso analisou a Cidade do Cabo, cidade portuária localizada na costa sudoeste da África do Sul, e revelou que o consumo de água chega a ser 50 vezes maior pela parcela mais rica da população, em comparação aos cidadãos de baixa renda da mesma região. Veja a seguir mais detalhes deste estudo.

Parcela mais rica da população chega a representar mais de 51% de todo o consumo de recursos hídricos

Considerando que as pessoas mais ricas não ultrapassam os 15% dos habitantes da cidade, esse valor chega a ser considerado um absurdo.

Os motivos que indicam esse consumo elevado estão mais relacionados à utilização não essencial, como lavagem de carros e manutenção de jardins e piscinas. Dessa forma, essa parcela da população, que também possuem casas maiores, acabam por consumir níveis absurdos de água.

Enquanto isso, a parcela mais pobre da população, que representa cerca de 62% dos habitantes, não é responsável por mais de 30% do consumo hídrico.

O estudo também aponta que a análise realizada na cidade do Cabo – que inclusive sofreu com a seca por cerca de 2 anos – não é exclusiva, e neste sentido, o mesmo problema já foi relatado por diversas cidades ao redor do globo.

Escassez hídrica: um problema real que precisa de solução

Mais de 80 cidades sofrem com a seca extrema desde os anos 2000, dentre elas: Melbourne, Miami, Bengaluru, Barcelona, Londres, Pequim, São Paulo, Harare.

As mudanças climáticas são consideradas os principais motivos associados à escassez hídrica. No entanto, as questões sociais não são consideradas, resultando em soluções que não consideram o padrão de consumo desigual entre as classes sociais.

Dessa forma, segundo o estudo, o primeiro passo para garantir o abastecimento de água adequado é apresentar uma melhor redistribuição dos recursos hídricos.

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