Pix Automático vai substituir o débito em conta? Entenda a novidade

O Banco Central (BC) anuncia oficialmente nesta quarta-feira (4), o lançamento do Pix automático. A nova modalidade promete facilitar ainda mais a vida dos brasileiros quando o assunto são pagamentos recorrentes. 

A ferramenta entra em operação no próximo dia 16 de junho, mas alguns bancos e instituições financeiras já estão em fase de testes. Na prática, ela tem potencial para substituir o tradicional débito automático, oferecendo mais praticidade, controle e segurança na organização das finanças.

A proposta é simples: permitir que o usuário autorize, uma única vez, o pagamento automático de contas que se repetem todo mês, como água, luz, telefone, escola entre outros.

Isso tudo sem precisar fazer um novo Pix manualmente a cada cobrança.

O que é o Pix Automático e como ele vai funcionar efetivamente?

Na prática, o pix automático permite que empresas enviem uma solicitação de cobrança diretamente para o banco do cliente. 

Se o cliente autorizar, os pagamentos passam a ser feitos automaticamente, de acordo com as regras que ele mesmo define.

Funciona assim:

  1. O cliente verifica se a empresa onde ele tem uma conta ou serviço (como academia ou streaming) já oferece o pix automático.
  2. Ao aderir, ele autoriza o pagamento das cobranças e estabelece algumas condições, como o valor máximo permitido e se vai usar saldo da conta ou linha de crédito, se disponível.
  3. Antes de cada vencimento, a empresa envia uma cobrança ao banco do cliente.
  4. O banco agenda o pagamento e notifica o cliente, que pode acompanhar tudo pelo aplicativo.
  5. No dia combinado, o pagamento é realizado automaticamente, respeitando os limites e condições previamente definidos.

Se algo estiver errado (como um valor acima do combinado), o cliente pode cancelar o agendamento até as 23h59 do dia anterior ao pagamento.

O que acontece se não tiver saldo na conta?

Se, no momento da cobrança, o cliente não tiver saldo suficiente, o sistema fará até três tentativas de débito ao longo de sete dias. 

Durante esse período, o banco envia notificações para que o cliente possa se organizar e manter o serviço ativo, evitando problemas como cortes ou bloqueios.

Qual a diferença entre Pix Automático e débito automático?

Embora pareçam semelhantes, existem diferenças importantes entre essas duas modalidades.

O débito automático tradicional depende de acordos entre bancos e empresas, o que faz com que ele seja limitado, principalmente para grandes empresas que possuem esses convênios. 

Pequenos negócios, muitas vezes, ficam de fora dessa possibilidade.

Já o pix automático funciona dentro da própria estrutura do Pix, sem necessidade de convênios específicos. 

Isso permite que qualquer empresa, independentemente do porte, ofereça esse meio de pagamento.

Além disso, o sistema opera 24 horas por dia, sete dias por semana, e as transações são feitas de forma instantânea. 

O cliente, por sua vez, tem total controle sobre as autorizações, podendo definir limites, duração e até cancelar as cobranças diretamente no aplicativo, sempre que desejar.

O Pix Automático vai substituir o débito automático?

A expectativa do mercado financeiro é que sim, mas essa transição deve ocorrer aos poucos.

Grandes empresas e bancos ainda estão adaptando seus sistemas para essa nova tecnologia. 

E, claro, os consumidores também precisarão se acostumar com essa novidade. 

Por outro lado, a tendência é que o pix automático se torne, nos próximos anos, a principal forma de pagamento de contas recorrentes no Brasil, justamente pela sua simplicidade, abrangência e rapidez.

Quais são os riscos e cuidados necessários?

Assim como qualquer tecnologia nova, o pix automático também traz alguns pontos de atenção, especialmente nos primeiros meses de operação.

Para os consumidores, o principal cuidado é prestar muita atenção no momento de autorizar uma cobrança. 

É fundamental ler com calma as informações, checar os valores, a frequência dos pagamentos e entender bem as condições estabelecidas.

Já para as empresas, o desafio está na adaptação dos sistemas internos, que precisam ser capazes de gerenciar autorizações, respeitar os limites dos clientes e lidar com eventuais cancelamentos feitos diretamente pelos usuários nos aplicativos bancários.

E se eu perceber algum erro no Pix Automático?

Se, por algum motivo, ocorrer uma cobrança que não está de acordo com o que foi autorizado, o consumidor tem a possibilidade de cancelar diretamente a autorização pelo aplicativo do banco. 

Não é necessário falar com a empresa responsável pela cobrança.

Também é possível bloquear cobranças futuras, ajustar os limites ou alterar as regras previamente configuradas. 

Caso não haja solução, o cliente pode recorrer ao Banco Central, registrar reclamação na própria instituição financeira ou procurar órgãos de defesa do consumidor, como o Procon.

Vale lembrar que, apesar de o Pix ser um pagamento irrevogável (ou seja, não pode ser cancelado após ser feito), o consumidor pode solicitar a devolução diretamente com a empresa que recebeu o valor. 

Se não houver acordo, há canais oficiais para resolver o problema.

O crescimento do Pix no Brasil

O lançamento do pix automático acontece em um cenário de forte crescimento do uso do Pix no Brasil.

Em 2024, esse foi o meio de pagamento que mais cresceu no país, registrando um aumento de 52% no número de transações, segundo dados do próprio Banco Central. 

Para se ter uma ideia, no último trimestre do ano passado, quase metade das transações feitas no Brasil (47%) foram realizadas via Pix; isso sem contar pagamentos feitos em dinheiro.

A chegada do pix automático reforça esse movimento de digitalização dos pagamentos no Brasil.

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