O Documento de Ordem de Crédito, popularmente chamado de DOC e reconhecido como um dos métodos clássicos de transferência bancária, se aposenta hoje (15 de janeiro).
Essa iminente descontinuação sinaliza uma transformação importante no panorama financeiro brasileiro.
Prazos Importantes
Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a última oportunidade para utilizar o DOC será até as 22 horas desta segunda-feira, 15 de janeiro de 2023.
Após esse horário, tanto pessoas físicas quanto jurídicas não poderão mais contar com esse método de pagamento.
A data limite para agendamento de transações via DOC é 29 de fevereiro, marcando o encerramento definitivo do sistema. Nesse mesmo dia, os bancos também encerrarão o processamento de agendamentos enviados.
TEC e Limites
Além do DOC, as operações de Transferência Especial de Crédito (TEC), utilizadas exclusivamente por empresas para o pagamento de benefícios a funcionários, também serão descontinuadas.
Em ambas as modalidades, o valor máximo permitido para transações é de R$ 4.999,99.
Tempo de Processamento e Perda de Espaço
As movimentações via DOC têm um tempo de processamento que leva um dia após o banco receber a ordem de transferência.
Por outro lado, a TEC garante a transferência de recursos até o final do mesmo dia em que a ordem foi dada. As tarifas variam entre as instituições bancárias.
A Febraban aponta que o DOC, criado em 1985 pelo Banco Central, perdeu espaço para métodos mais rápidos e econômicos de transferência de recursos, especialmente após o lançamento do PIX em novembro de 2020.
Estatísticas e Impacto
De acordo com levantamento da Febraban baseado em dados do Banco Central, as transações via DOC somaram apenas 18,3 milhões no primeiro semestre de 2023, representando apenas 0,05% do total de 37 bilhões de operações feitas no ano.
O DOC ficou significativamente atrás de outras modalidades como cheques, TED, boletos, cartões de débito, cartões de crédito e, principalmente, do PIX, que registrou 17,6 bilhões de transações.
A descontinuação do DOC reflete não apenas uma mudança nas preferências do consumidor, mas também a evolução contínua dos meios de pagamento no Brasil, impulsionando a adoção de sistemas mais rápidos, eficientes e alinhados com as demandas da sociedade atual.