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O que é rotativo do cartão de crédito? Como funciona? – Uma fala do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, chamou a atenção dos consumidores brasileiros na última quinta-feira (10), ao citar a possibilidade de extinguir o rotativo do cartão de crédito.
Como a possibilidade ganhou destaque nas redes sociais, muitos dos consumidores, então, passaram a buscar informações mais detalhadas sobre o que é, como funciona e se vai mesmo acabar.
Aqui no Guia do Ex-Negativado, você tem acesso a todas as informações sobre o mercado financeiro de forma simples e precisa. Confira abaixo!
Afinal, o que é rotativo do cartão de crédito?
O rotativo do cartão de crédito é um recurso oferecido pelas instituições financeiras que permite pagar menos do que o valor total da fatura em um determinado mês.
Sendo assim, o rotativo é uma linha de crédito pré-aprovada associada ao seu cartão de crédito para cobrir o saldo não pago.
No entanto, essa opção de envolve uma taxa de juros alta, sendo a forma mais cara de “empréstimo do país”.
Em 2023, o crédito rotativo chega a 440% de juros ao ano em casos de inadimplência por esse período.
Em geral, as operações com o uso do rotativo do cartão de crédito levam juros de 15% ao mês sobre o valor do débito na fatura.
Ou seja, podendo causar facilmente o efeito bola de neve nas dívidas de qualquer consumidor.
Como funciona o rotativo do cartão de crédito?
Essa função é acionada quando o consumidor paga apenas o valor mínimo ou um valor parcial da fatura, e o restante do saldo não pago é automaticamente transferido para o chamado “crédito rotativo“.
O mesmo ocorre quando a fatura simplesmente não é paga, correndo juros sobre juros, podendo facilmente dobrar o valor do débito em caso de inadimplência por alguns meses.
O rotativo do cartão de crédito vai acabar? O que o Banco Central pretende fazer?
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sinalizou com a possibilidade de extinguir o rotativo do cartão de crédito para colocar no lugar uma taxa com juros menos agressivos.
“A solução está se encaminhando para que não tenha mais rotativo, que o crédito vá direto para o parcelamento. Que seja uma taxa ao redor de 9% (ao mês). Você extingue o rotativo. Quem não paga o cartão, vai direto para o parcelamento ao redor de 9% (ao mês)”.
O que diz o Governo Federal sobre o rotativo do cartão de crédito?
O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem pressionado por uma solução rápida para o que ele define como o “maior problema de juros do país”.
Enquanto isso, o Banco Central mantém um olhar atento sobre a situação, monitorando cada desenvolvimento.
A situação é grave: consumidores frequentemente recorrem ao rotativo ao quitar somente uma fração de suas faturas, resultando em um crédito emergencial que cresceu substancialmente nos últimos anos.
Algumas instituições chegam a aplicar taxas quase inacreditáveis, alcançando quase 1.000%. Isso tem contribuído para uma alarmante taxa de inadimplência, que atingiu o recorde de 53% no mês de maio.
Em abril, Haddad já havia afirmado que:
“As pessoas não conseguem sair do rotativo. É preciso encontrar um caminho negociado como fizemos com a redução do consignado dos aposentados”.
Discussões já chegam ao Congresso: deputado federal pressiona
Como resposta a essa situação crítica, o deputado federal Alencar Santana (PT-SP) propõe que o setor se autorregule em um prazo máximo de 90 dias, caso contrário, as taxas do rotativo seriam limitadas ao nível equivalente às do cheque especial, que totalizam 151,8% ao ano.
As instituições financeiras, por sua vez, têm manifestado resistência à ideia de tabelamento e buscam uma “transição suave” para eventuais mudanças.
Uma das propostas em análise é a limitação do período de permanência no rotativo, atualmente em 30 dias, com a oferta subsequente de crédito refinanciado.
Outra sugestão é restringir as compras parceladas sem juros, enquanto os bancos advogam por uma diminuição das taxas impostas aos estabelecimentos comerciais.
Paralelamente, também há discussões sobre a possibilidade de ajustar as taxas de intercâmbio, que são cobradas das emissoras de cartão pelos lojistas.
Uma sugestão em pauta é a implementação de taxas mais elevadas para financiamentos de longo prazo, mas essa ideia enfrenta resistência por parte de alguns setores.
O verdadeiro desafio é encontrar soluções que sejam verdadeiramente eficazes para um setor de extrema importância para a economia, ao mesmo tempo, em que se busca equilibrar os interesses das partes envolvidas.
Uma solução ainda não está oficializada, mas a mudança no cenário é considerada como provável no mais tardar para 2024.
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