Extinção no Brasil: 13 alimentos nacionais que estão na corda bamba

Extinção no Brasil e os alimentos na corda bamba – A biodiversidade brasileira, amplamente celebrada, nem sempre se reflete nas escolhas dos nossos pratos diários. Nesse contexto, o movimento “Arca do Gosto” entre em cena para catalogar alimentos que, por sua vez, estão em risco de serem perdidos, seja culturalmente ou biologicamente.

O movimento é uma iniciativa do Slow Food Internacional. É dedicado à preservação de frutos, castanhas, queijos e doces tradicionais que há séculos contribuem para a riqueza gastronômica do Brasil.

Atualmente, a lista apresentada abrange 235 alimentos brasileiros que correm risco de desaparecer. E diversos fatores contribuem para essa preocupante situação.

Possíveis causas da extinção de alimentos

O desmatamento, por exemplo, coloca em risco uma variedade de plantas e animais que são fundamentais para a nossa culinária, ao degradar o habitat natural dessas espécies.

Além disso, a exploração predatória dos nossos recursos marinhos ameaça a biodiversidade aquática e os peixes que são parte essencial da dieta de muitas comunidades costeiras.

O rápido crescimento das áreas urbanas também é um desafio, à medida que o espaço para a agricultura e a produção de alimentos tradicionais diminui, levando ao abandono de práticas agrícolas ancestrais e à redução da diversidade de cultivos.

Por fim, o declínio no interesse por receitas tradicionais, à medida que novas opções de alimentos globais ganham popularidade, contribui para o desaparecimento de pratos e ingredientes locais únicos.

Para o nutricionista e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Matheus Medeiros, a situação é preocupante.

Ele fez questão de ressaltar como o desequilíbrio ambiental pode ser um vilão nesse contexto. 

“Observar a crescente ameaça de extinção de alimentos no Brasil é alarmante. Nossa diversidade culinária e agrícola é vasta, mas as mudanças climáticas, o desmatamento e a degradação do solo colocam em risco essa riqueza”, afirmou Medeiros.

Alimentos que podem entrar em extinção no Brasil e o aumento de consumo dos ultraprocessados

Uma tendência preocupante nesse contexto de extinção de alimentos no Brasil, é o aumento no consumo de ultraprocessados, principalmente entre os jovens.

Nesse sentido, Matheus Medeiros entende que é preciso urgente, haver um reconhecimento e valorização dos produtos regionais, além da promoção de uma alimentação mais diversificada e saudável.

Segundo ele, é preciso:

“(…) apoiar a agricultura local e adotar hábitos alimentares mais conscientes para garantir que futuras gerações tenham acesso a alimentos saudáveis e nutritivos”.

Segue a lista dos treze alimentos em risco de extinção:

Batata-doce roxa

Rica em potássio e antioxidantes, mas seu cultivo é restrito e difícil de encontrar.

Pitanga

Redução de seu espaço devido à urbanização dificulta seu transporte.

Queijo da Canastra

Normas sanitárias desafiadoras devido ao uso de leite cru.

Pinhão

A busca por sua madeira levou à beira da extinção das florestas de araucárias.

Pimenta-rosa

Enfrenta desmatamento, apesar de sua importância na região da Mata Atlântica.

Castanha de baru

Símbolo do cerrado, requer práticas sustentáveis para evitar sua extinção.

Palmito juçara

Quase esgotado devido ao extrativismo clandestino, não rebrota como outras espécies.

Pequi

Enfrenta degradação do ambiente, mas movimentos visam protegê-lo.

Ora-pro-nóbis

Subutilizada apesar de ser uma planta nutritiva e consagrada.

Goiabada cascão

Desaparecendo em favor de versões industrializadas devido à correria do cotidiano.

Cajuína

Trocada por refrigerantes, embora seja uma bebida tradicional e saudável.

Pirarucu

Precisa de proteção devido à sua pesca predatória.

Sequilho

A produção caseira está desaparecendo devido à oferta de versões industrializadas a baixo preço.

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