Perfil de liderança – Estudos sugerem que indivíduos com características psicopáticas podem encontrar atração por cargos de liderança devido ao poder e controle que essas posições oferecem sobre outras pessoas. Esses indivíduos apresentam traços frequentemente associados a uma liderança eficaz, como assertividade, criatividade e charme. Mas uma pesquisa recente conduzida pela Universidade de Economia e Negócios de Viena (WU Viena) apresentou dados que fazem repensar essa ideia.
Contrariando a crença de que lideres bem-sucedidos de grandes corporações possuem traços psicopáticos, a pesquisa mostrou que nenhum dos CEOs investigados preenchia os critérios diagnósticos para psicopatia.
O estudo examinou a ligação entre a personalidade dos CEOs e a infraestrutura ética das empresas em que atuam.
Nesse sentido, apontou que a falta de uma infraestrutura ética sólida pode permitir que tendências negativas afetem o comportamento dos líderes.
Perfil de liderança: Comportamentos limitados ao ambiente profissional
Embora alguns dos participantes do estudo apresentassem traços maquiavélicos, como manipulação e mentiras, o estudo destacou que esses comportamentos eram limitados ao ambiente profissional.
Por outro lado, foi observado que dois CEOs apresentavam traços narcisistas, caracterizados por um desejo constante de admiração e grandiosidade, além de uma dificuldade em lidar com críticas.
Estudos anteriores já indicavam que indivíduos narcisistas têm maior probabilidade de alcançar cargos de liderança de alto nível.
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Estrutura ética das empresas como fator de impacto no comportamento
A pesquisa ressaltou que as tendências comportamentais negativas desses líderes estavam fortemente relacionadas à infraestrutura ética das empresas.
Problemas como governança interna ineficaz, sistemas de incentivos falhos, falta de regras de conduta e culturas corporativas disfuncionais foram identificados como fatores que podem encorajar líderes a adotar comportamentos questionáveis.
O professor Günther K. Stahl, da WU Viena, enfatizou que a corrupção e os comportamentos inadequados não devem ser atribuídos apenas à personalidade dos CEOs, mas também a falhas no sistema das empresas, envolvendo gestores, legislação e regulamentação.