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Segundo os últimos dados divulgados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), houve uma notável redução na proporção de lares endividados, marcando um ponto de virada desde novembro de 2022. Isso teria sido fruto do recém-lançado programa governamental Desenrola, que começa a mostrar resultados ao aliviar o endividamento e fortalecer o orçamento das famílias de classe média.
No entanto, famílias mais pobres ainda seguem sem receber o tão esperando alívio no endividamento. Entenda mais na sequência.
Desenrola e as famílias de classe média
O Desenrola, que entrou em vigor no mês passado, concentrou seus esforços na renegociação de dívidas bancárias para pessoas com renda variando entre R$ 2,6 mil e R$ 20 mil.
Essa abordagem surtiu efeito principalmente entre as famílias de classe média, com uma queda no endividamento atingindo 0,7 ponto percentual, entre aquelas com renda de três a cinco salários mínimos.
Similarmente, as famílias que ganham entre cinco e dez salários mínimos também experimentaram uma diminuição de 0,7 ponto percentual em seu índice de endividamento.
Famílias de baixa renda ainda não foram alcançadas
No entanto, é importante destacar que, apesar dos avanços, os estratos socioeconômicos mais vulneráveis ainda não foram alcançados de maneira significativa pelo programa.
Famílias com renda familiar de até três salários mínimos viram uma ligeira elevação na proporção de endividados, de 79,2% em junho para 79,4% em julho deste ano.
O desafio da inadimplência também persiste, com um aumento de 0,4 ponto percentual, especialmente afetando os mais pobres da população.
Cartão de crédito lidera como fonte de dívidas
Os resultados da pesquisa revelaram que o cartão de crédito permanece como a principal fonte de dívidas para os brasileiros, embora tenha havido uma redução sutil, passando de 87% em junho para 85,9% em julho.
Além disso, houve declínios nas dívidas associadas ao cheque especial (de 4,2% para 4,1%) e ao crédito consignado (de 5,2% para 5,1%).
Olhando para o futuro, a CNC antevê uma contínua diminuição na proporção de endividados nos próximos meses, especialmente quando o Desenrola for ampliado para incluir aqueles com renda de até dois salários mínimos.
No entanto, espera-se que esse índice possa ter um aumento até o final deste ano, encerrando 2023 em torno de 78% das famílias com algum tipo de dívida.
A pesquisa também destacou variações regionais, mostrando quedas em algumas Unidades da Federação e aumentos em outras, sinalizando a complexa natureza desse desafio econômico.
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