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No decorrer dos primeiros sete meses deste ano, o Brasil testemunhou uma considerável entrada de produtos importados de baixo custo, cada um com um valor médio de até US$ 50. A magnitude dessa movimentação se revela em números impressionantes: um total de 3,3 bilhões de itens foram trazidos ao país, marcando um aumento de 11,4% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
É importante ressaltar que a China tem sido a principal fonte desses produtos.
Os dados fundamentais que pintam esse cenário foram compilados e analisados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), e apresentados pelo Estadão.
Esses números lançam luz sobre o panorama das importações no Brasil, evidenciando um fluxo notável de itens de valor acessível.
Produtos variam de meias-calças a brinquedos
Entre os itens que integram essa abrangente lista de importações, destacam-se, por exemplo, 232 milhões de meias-calças e pares de meias.
Além disso, quase 50 milhões de brinquedos, 82 milhões de mochilas e mais de 10 milhões de blusas femininas também fazem parte dessa mistura diversificada de produtos.
A CNC ressalta, no entanto, que a parcela desses produtos que entrou no país sem o pagamento de impostos não pode ser determinada com precisão.
Essa tendência de importações em grande quantidade e a preços mais baixos sugere uma dinâmica global de oferta e demanda, onde o Brasil se posiciona como um receptor de produtos variados que atendem a necessidades específicas dos consumidores locais.
As origens desses produtos e os números expressivos associados a eles, ressaltam a complexa interconexão da economia global e suas repercussões no mercado interno brasileiro.
China em primeiro lugar
De acordo com o relatório da CNC, a China se destacou como a principal fornecedora desses produtos, contribuindo com impressionantes 40% do total, com a venda de 1,3 bilhão de itens – um aumento notável de 38% em relação a 2022.
A Argentina aparece em segundo lugar, com 331,3 milhões de unidades exportadas para o Brasil.
A crescente demanda por produtos importados, principalmente da China, é atribuída a uma combinação de fatores.
A valorização do real em relação ao dólar nesses meses analisados e as mudanças pendentes na tributação dessas importações, estão entre os principais impulsionadores desse fenômeno.
Em abril, o Ministério da Fazenda havia anunciado o fim da isenção de Imposto de Importação, mas devido à pressão pública, recuou na decisão.
Como alternativa, a Receita Federal lançou o programa “Remessa Conforme”, que isenta o Imposto de Importação para compras até US$ 50, desde que os tributos sejam pagos antecipadamente pelas varejistas internacionais.
No entanto, o ICMS estadual não está incluído nessa isenção, o que gerou pedidos de igualdade tributária por parte das varejistas nacionais, destacando a complexidade das políticas tributárias relacionadas ao comércio internacional no Brasil.
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