Segundo levantamento da LCA Consultores, existe uma continuidade na baixa taxa de participação no mercado do Brasil. Na pesquisa, o Brasil vai na direção oposta aos demais países da América Latina que apresentam aumentos sucessivos na taxa. Ademais, essa situação colabora para estabilidade nos indicadores de desemprego no país.
Taxa de Participação recua pela sétima vez
Nos últimos anos, o Brasil enfrenta uma queda contínua na taxa de participação da força de trabalho. No caso, essa é a população em idade ativa, que é aquela que tem mais de 14 anos, e que já estão em alguma ocupação ou que estão em busca de trabalho.
De acordo com o ajuste sazonal da LCA, a queda recente é a sétima seguida no mesmo indicador.
Esses números surpreendem, principalmente porque vão em oposição à movimentação que acontece nos demais países da América, como sinalizado de início.
O Brasil é um dos únicos países no continente a manter uma taxa de participação acima do que registrou no ano de 2020, ou seja, antes da pandemia da Covid-19.
Em julho de 2020, a taxa de participação teve o menor número desde o início da série histórica em 2012. Na ocasião, a taxa ficou em 57,2% e até houve recuperação em meados de 2022.
No entanto, desde a metade do ano passado, a taxa sofre contínuas quedas e hoje está 2 pontos percentuais abaixo do recorde prévio em 2020.
O que explica a queda?
Segundo o relatório da LCA, houve o aumento em 3,4 milhões de pessoas fora da força de trabalho em relação ao período pré-pandêmico.
No mesmo relatório, existe a explicação de que a taxa de desemprego sofre diretamente este impacto. Ou seja, existe uma taxa menor de desemprego, uma vez que muitas pessoas sequer voltaram a procurar emprego após a pandemia.
Em entrevista à CNN, o economista da Tendência Consultorias Lucas Assis diz que o aumento dos programas sociais, como o Bolsa Família e o Auxílio Brasil, contribuem para queda da taxa.
Assis explicou que existe uma “coincidência” entre o período de ampliação dos auxílios e o início da queda da taxa de participação.
