Os economistas de todo o mundo estão com os olhos atentos para a crise bancária nos EUA e Europa que teve início em março e que culminou na falência do First Republic Bank. Apesar da tentativa de minimizar os efeitos da crise, especialistas concordam que a situação não acabou. Ao menos foi isso o que disse o professor de finanças do Imperial College London, Jose-Luis Peydró.
Momento de fragilidade intensa
Em entrevista ao jornal Estado de São Paulo, o professor Jose-Luis Peydró, que também é consultor do Banco Central Europeu, compartilhou sua visão sobre a crise.
Para ele, as instituições bancárias dos Estados Unidos e na Europa passam por um momento de fragilidade que chega a ser mais intenso que as experimentadas durante a crise de 2008.
Vale lembrar que foi nesse ano que houve a quebra do banco Lehman Brothers que gerou consequências que o mundo ainda enfrenta.
Assim, o professor toma o exemplo de 2008 para mostrar como questões complexas do sistema bancário não podem ser remediados tão facilmente. Por exemplo, a crise eclodiu em 2008, mas os seus primeiros indícios surgiram em 2007.
Atualmente, o setor financeiro nos Estados Unidos e na Europa precisa lidar com um grande volume de dívidas de empresas.
Ademais, o professor também pontuou que o preço alto dos ativos, como é o caso de imóveis e também ações de companhias, podem fazer culminar numa grande crise no setor financeiro. No entanto, ainda não é possível afirmar isso com certeza.
A aproximação do período eleitoral
Para o professor Jose-Luis Peydró, a proximidade com as eleições presidenciais nos Estados Unidos faz com que o governo empreenda todo o esforço em minimizar os efeitos da crise.
Porém, o governo deverá agir de forma diferente na remediação dessa crise para as pequenas e grandes empresas e instituições bancárias.
De acordo com Peydró, é de se esperar que o governo dos Estados Unidos empregue muito esforço para socorrer as grandes instituições financeiras.
Isso porque elas possuem maior chance de gerar um problema sistêmico maior. Por outro lado, as pequenas e médias empresas precisarão encontrar alternativas sem nenhuma ajuda do estado ou então parar de funcionar.